quarta-feira, 13 de março de 2013

Cobrindo o automobilismo


Reginaldo Leme resgata momentos marcados pela confiança em seu trabalho

Foto: Felipe Ricelle, convidado do evento e amante de F1 
Com quase 45 anos de profissão, o atual jornalista da TV Globo, Reginaldo Leme, somou histórias para contar. Muitas delas baseadas na confiança conquistada de grandes nomes do automobilismo que fizeram parte de suas reportagens. E a palestra concedida por ele, na sede da ACEESP (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo), no último dia 4 de março, não deixou sombra de dúvidas quanto a isso.

Uma dessas histórias compartilhadas com os cerca de 70 convidados do evento envolvia uma notícia sobre a conduta de Nelsinho Piquet, no qual Leme foi o primeiro a saber e divulgar. "Ele bateu de propósito. Só que você não vai dizer isso agora", ouviu o jornalista de uma das fontes mais interessadas no caso, o ex-piloto e pai de Nelsinho, Nelson Piquet.

Piquet (o pai) se referia a um acidente, no Grande Prêmio de Cingapura de 2008, causado por seu filho propositadamente. Com o choque de Nelsinho contra um muro, o safety car (carro de segurança) precisou entrar na pista. Essa e outras combinações de fatores deveriam beneficiar o então companheiro de equipe de Piquet (filho), o espanhol Fernando Alonso. A estratégia até abalou a relação do brasileiro com o chefe de sua escuderia, o italiano Flavio Briatore, que teve a ideia.

Diante da revelação, Reginaldo Leme acreditou, se preparou e, quando teve o 'sinal verde', noticiou. Muitos colegas foram pegos de surpresa, outros não acreditaram; mas era verdade. E a principal lição profissional que o repórter do mundo da alta velocidade tirou foi: "vale a pena você segurar uma coisa, se você confia que não vai perder".

Desde 1973, quando passou a cobrir frequentemente GPs da "Fórmula 1" para o jornal "O Estado de S. Paulo", Reginaldo Leme teve a oportunidade de conviver com muitos nomes importantes da modalidade. Ao falar de Alan Prost, por exemplo, o jornalista lembrou o quanto "é legal quando você ganha a simpatia do piloto". Porém, ele logo recordou que seu bom relacionamento com o francês gerou certo incomodo com um de seus adversários mais queridos pelo Brasil. "Me custou muito caro, porque a família do Senna parou de falar comigo", declarou.

As memórias sobre Ayrton Senna ficaram entre os momentos mais marcantes do encontro entre Leme e outros profissionais e estudantes de comunicação. Segundo ele, um certo "revanchismo" da parte do piloto brasileiro tornaram a convivência com ele mais difícil. Ainda sim, o jornalista dedicou a Senna feitos importantes até fora das pistas. "Ele foi o cara que mais brigou por salários", afirmou, pois sem um limite, os pilotos não se sustentariam.

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