sábado, 3 de novembro de 2012

Crianças na esportiva


Esporte na infância reúne diversão com cuidados importantes

Aula de futsal: a opção dos meninos. (Imagem: Vanessa Faria)
Um professor na área e a presença da disciplina na grade curricular das escolas não é o que basta para garantir o total benefício dos esportes entre as crianças. Esse assunto também exige seriedade e cuidado em outros critérios.

E um desses critérios é a acessibilidade, um dos motivos que levou a iniciativa pública paulistana a criar os CEUs (Centros Educacionais Unificados) na periferia. O coordenador de esportes da unidade Casa Blanca do CEU, Fábio de Aguiar, atesta o diferencial do projeto, que oferece oportunidades inéditas para uma comunidade da zona sul. "Nós temos atividades de natação, onde não tinha. Atividades esportivas de qualidade, a gente tem um ginásio que tem uma estrutura para receber as pessoas e receber bem, com vestiários. Coisas que não existia antes. E um trabalho de qualidade com especialistas", explica.

Entre esses profissionais especializados, está a professora de Educação Física, Janaína Galbes. Ela é pós-graduada em dança, dá aulas para alunos de diversas idades e revela ter aprendido o valor da liberdade para desenvolver trabalhos diferenciados, depois de ter atuado em outros lugares: "Não sei se foi a experiência que eu tive, mas na escola particular eles vêm, às vezes, o aluno como uma matrícula. Então a gente acaba não podendo fazer tudo que a gente quer". Ainda segundo Janaína, o trabalho no Centro Educacional Unificado lhe permite uma maior interação com os pais de alunos.

As meninas são aplicadas na dança. (Imagem: Vanessa Faria)
Outro ponto que diferencia o público do privado, no trabalho esportivo com crianças, é a questão estrutural. Janaína Galbes não esconde que "lá (na escola particular) a gente tem o benefício do material. Lá a gente tem mais recurso que aqui. Mas, assim, em questão humana, eu prefiro trabalhar aqui (no CEU)". Andrea Santos Tonini também trabalha no CEU Casa Blanca, dando aulas de futsal e natação para crianças de várias escolas, que tenham o mínimo de 6 anos. Ao recordar sua experiência em organizações particulares, ela concorda com o diferencial na oferta de material, pois "a única coisa que não consegue, às vezes, competir é o recurso mesmo. Na academia você tem muito mais material".

A infância é o momento no qual muitas descobertas acontecem Mas como incentivar essa prática numa idade em que a brincadeira é a única coisa levada à sério? Em resposta a esta duvida, as duas professoras dão uma mesma resposta: "Nessa faixa etária, principalmente de 6, 7 anos, tem que tralhar muito o lúdico com elas. Não pode ser totalmente linha dura", segundo Janaina Glabes. Porém, ela não dispensa uma certa rigidez necessária para a sua modalidade, a dança.

Um dos principais motivos para se investir em uma vida mais ativa, já na infância, é a tentação pelos jogos eletrônicos e o consumo elevado de alimentos calóricos. Diante disso e com duas filhas e uma sobrinha praticando esportes desde cedo, a professora de Matemática Fernanda Beceare afirma levar em consideração mais um critério para incentivar as meninas. Para ela, "se você superlota a criança com muitas atividades, ela fica cansada e acaba não desenvolvendo na escola". Mais uma postura que reforça a importância de motivar o interesse pelos esportes, antes de qualquer coisa.

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